3 de abril de 2010

PÁSCOA

Páscoa lembra supermercados lotados, com ovos de chocolate de todos os tipos e tamanhos pendurados; aquela preocupação para calcular quantos são necessários para presentear amigos e parentes, enfrentar filas e programar a ceia de família. No entanto, essa festa tem um histórico com significados que vão muito além do caráter comercial e variam de acordo com as crenças de cada povo.
A Páscoa aparece na história como um rito de passagem. Era comemorada entre povos europeus há milhares de anos, durante o mês de março, para celebrar a mudança da estação: do inverno para a primavera. Outro aspecto da data festiva é o da prosperidade, da fertilidade. O começo da primavera tinha uma importância especial para as populações antigas que habitavam regiões de inverno rigoroso, pois representava maiores chances de sobrevivência e de produção de alimentos.
Como os índices de mortalidade durante o período frio do ano eram altíssimos na Europa antiga, os símbolos que hoje adotamos, como o coelhinho e os ovos doces, surgiam como representantes de vida nova. O coelho lembra a fertilidade, pela sua ampla e rápida capacidade de reprodução, e os ovos são a própria vida que surge.
Fazia parte dos hábitos dos persas, romanos, judeus e armênios oferecer ovos coloridos nessa época.
Segundo a Enciclopédia Britannica, o nome Páscoa, assim como o de outras festas como Natal, mostra que os cristãos se apoderaram de feriados e nomes pagãos para suas festividades – o que, como lembra a publicação, parece ser um fato dúbio, já que os cristãos costumavam combater com veemência as tradições pagãs. Para justificar sua afirmação, a enciclopédia cita como uma das versões para a denominação Páscoa a aproximação da versão em inglês da palavra – Easter – com Eostre ou Eostrae, a deusa anglo-saxônica da primavera e da fertilidade. Existe ainda a hipótese de os termos Easter (do inglês) e Ostern (do alemão) terem se originado do nome antigo de um mês germânico – Eostremonat.
O vocábulo Páscoa, no português, teria vindo do nome em hebraico da festa judaica à qual está intimamente ligado, e que representa passagem: Pessach. Enquanto os pagãos celebravam a transição do inverno para a primavera, o motivo de comemoração para os judeus era a superação da escravatura no Egito, com a conquista da liberdade da terra prometida, que foi feita com a travessia do Mar Vermelho liderada por Moisés. Até hoje a Páscoa para a comunidade judaica dura oito dias e atrai grande fluxo de visitantes em Jerusalém e na Cisjordânia.
Para os cristãos a Páscoa representa a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação, que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 d.C. A maneira como é calculada a data do feriado cristão, no entanto, é mais um aspecto que remete às tradições pagãs, já que se relaciona com a lua cheia. O domingo de Páscoa é o primeiro após a primeira lua cheia a partir do equinócio vernal.
O equinócio vernal, o primeiro dia da Primavera no hemisfério Norte, é sempre em 20 ou 21 de março. Essa data apresenta variação devido aos anos bissextos, que deslocam o calendário das estações em um dia. No equinócio acontece um fenômeno: o dia e a noite têm a mesma duração, de 12 horas cada um.

FONTE: Camila Leporace - Opinião e Notícia - www.opiniaoenoticia.com.br

MEU JARDIM ESTRELADO

Madrugada, verão!
Ele espera meus passos lentos
Enquanto não se faz manhã...
Conduz-me e prepara o sono distante.
Abriga-me e seduz.
Embriaga minha noite com um pedacinho de céu...
Pontilhado de estrelas... apenas para mim.
Elas cintilam lembrando os olhos...
De quem amo...
E está distante!
Meu jardim estrelado, cheio de lembranças...
De duas flores que já não estão mais aqui...
Momentos que, talvez, não voltem mais.
Em cada cantinho um pouquinho de vida!
Em cada folhagem o espelho da noite...
Calada, silenciosa e envolvente!
Em cada flor a esperança de vida, de renascimento.
E minhas mãos deslizam suavemente pela natureza...
Por momentos deixo de pensar!
Minha alma, meu corpo parecem flutuar...
Levados pela brisa leve.
Uma lágrima foge e desliza pelo meu rosto...
Sem saber aonde ir... e de onde veio!
O amor é assim, tão simples, puro, natural...
Como o brilho noturno que abrigas.
Ah... Meu jardim estrelado!
Por momentos... somente meu !
Se fosse a última vez que te visse
Certamente morreria feliz...
Deixando no chão a flor que roubei
Para entregar àquela que te dá continuidade de vida
Em cada amanhecer...

by Deppe - 10/01/2010

AMARGO LAMENTO

ESTOU SÓ...
MEU CORPO, MEU ESPÍRITO E MINHA ALMA,
DESNUDOS...
NO VAZIO DAS DIMENSÕES ENTRE A RAZÃO E O INCONSCIENTE!
SINTO-ME FRÁGIL... VAZIO!
MEU CORPO... AH, MEU CORPO FLUTUA A PROCURA DE ESTRELAS
QUE ESPERAM O AMANHECER!
A HORA É SOMBRIA COMO MEU PENSAMENTO... NADA PENSO.
DEIXO-ME LEVAR PELA EMBRIAGADA MEIA LUZ QUE ANTECEDE AS TREVAS...
AH! QUISERA TER A CORAGEM DOS VALENTES...
PARA MORRER...
LENTAMENTE...
DE PAIXÃO NOS BRAÇOS TEUS OU... QUEM SABE,
ABRAÇADO A TEU CORPO... VIVER
O SENTIMENTO QUE UM DIA OUSEI RECUSAR!
VOU ME ENCONTRAR... COM NINGUÉM, A NÃO SER COMIGO MESMO
MAS ETERNIZO TEU ROSTO EM MINHAS MÃOS.
ISTO ME BASTA PARA CONTINUAR MORRENDO...
LENTAMENTE...
DE AMOR !

by Deppe - 12/02/2010

ACHO QUE MORRI

O que faço de meus passos
Se as paredes amareladas me aprisionam?
Sigo, volto... sem rumo,
Num labirinto de sentimentos...
Estou só, sem mim, sem ninguém!
Como seguir meu rumo
Se tropeço em pedras, me enrosco em teias,
Dou voltas em torno de mim mesmo,
Aprisiono-me e caio...
E quando meus lábios tocam o chão
O céu se torna mais distante... mesmo que estenda a mão.
Não alcanço mais minha alma,
Cansada...
Não alcanço mais os pensamentos que me levariam a flutuar!
Onde estão vocês...
Estou indo, sem saber para onde...
E esbarro, sempre, nas lembranças...
Que se transformam em esperanças, ainda mortas
Porque a hora de minha partida não sei...
Nem sei se estou vivendo ou sonhando.
É tudo muito obscuro na imensidão dos pensamentos.
Na fronteira entre a razão e a loucura há muitas sombras
E elas escurecem minha visão,
Estou quase cego...
Acho que estou morrendo... cambaleando na escuridão.
Não há mais luz... nem brilhos!
O que era paz se tornou tormento...
Um tormento, um momento, do qual não consigo retornar
Porque meu caminho é de pedras... soltas e escorregadias!
Vida de lágrimas... onde estava a última vez que sorri?
Não lembro nem lembrarei...
Estou quase cego... nada lembro.
Acho que já morri.

by Deppe - 07/02/2010